sábado, 1 de maio de 2010


Santa Qutéria: Campeão de '74


( Adeniz, Airton, Amauri, Luciano, Adilson, Celso, Gilmar, Pilão, Teteu, Luiz Carlos, Airton Martins)

Participantes: UBR Sta. Quitéria, SOBE Iguaçu, U. Capão Raso FC, Trieste FC, U. Nova Orleans, Ypiranga FC, Op. Pilarzinho SC, Vasco da Gama FC, e Botafogo.

Campeão: UBR STA. QUITÉRIA

Vice Campeão: TRIESTE FC
Aspirantes: Campeão: Op. Pilarzinho – Vice Campeão: UBR Sta. Quitéria

2º Divisão
Participantes: SBE Seminário, U. Fazendinha, Campo da Cruz FC, Novo Mundo FC, Olaria FC, União Barigui EC, Uberlândia EC, Vila Fanny FC, CA Nacional, Caxias FC, SER Capão da Imbuia, CA São Vicente, União Ahú FC, Tupinambá FC e ABE Flamengo.

Campeão: CAXIAS FC (Bodinho, Mauri, Diunha, João, Demétrio, Pine, Danilo, Edu, Celso, Sérgio, Teço, Airton, Jamanta, Rogério, Taíco e Nilton).

Vice Campeão: CA NACIONAL
Aspirantes: Campeão: União Fazendinha – Vice Campeão: União Barigui EC

Água Verde 1967


1967 – Água Verde - Em pé: Zezinho, Sílvio, Titure, Natal, Zé Carlos, Heitor e Orlandinho; Agachados: Pedrinho, Teteu, Padreco, Juquinha e Russinho.

Início: 20 de Maio de 1967
Término: 19 de Dezembro de 1967

Classificação Final
1º Lugar – EC Água Verde
2º Lugar – GE Maringá
3º Lugar – Coritiba FC
4º Lugar – AC Ferroviário
5º Lugar – União Bandeirante FC
6º Lugar – Londrina FR
7º Lugar – CA Primavera
8º Lugar – Jandaia EC
9º Lugar – CA Seleto
10º Lugar – São Paulo FC
11º Lugar – Apucarana FC
12º Lugar – Atlético Paranaense

Número de Jogos realizados: 135.

Número e média de gols marcados: Foram marcados 327 gols nos dois turnos do campeonato e nos três jogos extras da decisão, média de 2,42 gols por partida.

Média de público: 2.873 pagantes.

Artilheiro
Servilho (Jandaia) – com 12 gols.

Final
Água Verde e GE Maringá terminaram os dois turnos do campeonato empatados em primeiro lugar. O desempate só aconteceu após a realização de três partidas extras.

Primeiro Jogo: 10/12 - GE Maringá 0 x 0 Água Verde
Segundo Jogo: 17/12 - Água Verde 2 x 2 GE Maringá
Terceiro Jogo: 19/12 - Água Verde 1 x 0 GE Maringá

Fontes:Departamento de Futebol Profissional da Federação Paranaense de Futebol; Departamento Financeiro da FPF.

BECA

Nesta edição do Vila Izabel tem uma entrevista com o sr. Orlando Senna, fundador do Ype S.C., clube que nasceu onde é hoje o Supermercados Angeloni e que foi campeão amador em 1942. Uma foto mostra a equipe daquela época, com Orlando de centro-avante. Pois outro clube que deixou saudades na Vila Izabel foi o Beca – Bloco Esportivo Capão da Amora -, que tinha seu campo nas imediações da Secretaria de Estado da Educação. Vários blocos residenciais foram construídos ali e, do antigo local, só sobraram um pequeno terreno, bocha e o velho bar. O cronista e radialista José Domingos, em seu blog, lembra que “ali, durante as noites de junho, tinha fogueira, quentão, pinhão, guloseimas em geral e muita dança”. Do Beca saíram jogadores que se consagraram, como os laterais direitos Savi e Laude, o extraordinário zagueiro Fernando Knaip (seleção paranaense), Juarez (o Carequinha), o uruguaio Esteban Sanguineti, Teteu (campeão paranaense pelo então Água Verde).
RUA FERNANDO KNAIPO vereador Celso Torquato conseguiu fazer aprovar projeto de lei denominando uma rua de Curitiba de Fernando Knaip, o grande jogador de futebol que surgiu no Beca. Algumas Propostas de Clubes que Fernando recebeu: • Flamengo: • Santos; • Palmeiras; • Atlético; • Peñarol (Uruguai); • Grêmio Porto-alegrense; • São Paulo.Não aceitou nenhuma das propostas para deixar Curitiba, onde tinha vida estabelecida, e o Ferroviário, onde ganhava o suficiente para ter uma vida simples e digna.Títulos que Fernando conquistou: • Campeão pelo BECA da terceira divisão. • Bicampeão de Aspirantes pelo Clube Atlético Ferroviário; • Campeão profissional de 1963,1965,1966

José Lucas

Começo da noite de terça feira (06) deixo a sauna da Sociedade Internacional da Água Verde e vou ao bar da bocha onde encontro o professor Odivonsir Frega e ele me informa em torno do falecimento do Lucas, ex jogador do Coritiba Foot-Ball Clube, relatando ter sido vitima de atropelamento por um ônibus Expresso. Concluiu a informação dizendo que o corpo havia sido cremado à tarde no Vaticano.
Lembro que em 64 quando era narrador esportivo em determinado domingo fui a Paranaguá, transmitir Rio Branco x Água Verde e no time de Paranaguá, observei um meia habilidoso, baixinho, magrinho, de nome Lucas, formando dupla com outro excelente jogador de nome Darci. Curioso perguntei a procedência do jogador e a indicação ter vindo de Santos. Aliás o Rio Branco, trazia muitos jogadores de Santos, entre eles Baltazar, zagueiro, Darci, Braguinha, (meias), Cláudio, (atacante, ponta direita ou esquerda) Fábio, (centro avante), Mandrake (meia esquerda), Baiano (goleiro) e outros. Os citados, contemporâneos de Lucas, no time da Estradinha, Estádio Nelson Medrado Dias. O jogo foi emocionante, altamente disputado, debaixo de muito calor e terminou com a vitória do Rio Branco, por quatro a três. Lucas, foi um dos destaques do jogo.
Ao lado de Lucas, Baiano, Calé, Baltazar, Pereira, Agnaldo, Davino, Oromar, Fábio, Moacir, Mandrake, Cláudio, Paulinho, Paulo, Nilton, Odair, Santarém, Braguinha, Walter (ponteiro esquerdo com passagens por Guairá, futebol suburbano e Bloco Morgenau), Dicésar e Dimas. Este o plantel do Rio Branco, naquele ano. Depois deste jogo tive oportunidade em acompanhar outras partidas do Rio Branco e Lucas, se firmava como um dos craques da equipe.
No ano seguinte, Lucas, permaneceu no Rio Branco e novamente fez bom campeonato passando a chamar atenção dos times da capital e no final da temporada o Coritiba, o adquiriu junto ao Rio Branco e em 66 chegava ao clube do Alto da Glória, para jogar ao lado de Barbosa, Erol, Joel (goleiros), Reis, Béquinha, Nico, Antero, Pepe, Tião, Ademar, Kruger, Gasparim, Moreira, Vivi, Roberto, David, Edson, Vanderlei, Orlando, Aleixo e Oromar, (ponteiro direito também contratado junto ao Rio Branco). Lucas, fez um bom campeonato e o terminou como terceiro colocado.
O campeão foi o Água Verde, que decidiu o titulo com o Grêmio Maringá, com empate sem abertura de contagem no primeiro jogo em Maringá. No segundo novo empate por dois a dois, em Curitiba e assim houve a necessidade do terceiro e neste disputado na noite de 19 de dezembro, no Estádio Durival Brito e Silva, o Água Verde, ganhou por um a zero, gol de Russinho, ponteiro esquerdo, que depois foi para o São Paulo e também jogou no União Bandeirante.
No Água Verde, foram campeões os goleiros Heitor (procedente do Corinthians Paulo, após ter iniciado carreira no São Cristovão do Rio de Janeiro, uma das estrelas da equipe), Pedro Bueno (Pedrinho) (ex Real, do futebol amador) Heitor e Pedro Bueno (goleiros), Zé Carlos, Titure, Silvio, Zeola, Fonti, Pedrinho, Tetéu, Natal, Jairton, Silvano, Padréco, Juquinha, Carlinhos, Russinho, Zezinho, Amilcar, Japonês e Nilson Peres.
Depois desta passagem pelo Água Verde, campeão, retorno ao Lucas, para informar que em 68, o Coritiba, fez ótima campanha e com isto chegou ao titulo paranaense numa decisão memorável com o Atlético Paranaense, já que os tradicionais rivais terminaram o campeonato empatados e conforme o regulamento foram programados jogos extras. No primeiro o Coritiba ganhou por dois a um e no segundo na noite de 28 de agosto, no Estádio Durival Brito e Silva, o Atlético, vencia por um a zero e fazia festa quando “no apagar da luzes do espetáculo” como diziam os locutores da época, uma bola foi jogada alta para a área do rubro negro por Nilo, que cobrou uma falta e Paulo Vechio, que havia entrado minutos antes meio desajeitado, parecendo sem querer tocou ou a bola tocou em sua cabeça e foi para dentro da rede estabelecendo o empate, que em seguida deu o titulo ao Coritiba. O gol de Vecchio, aconteceu aos 45 minutos do segundo tempo para desespero dos atleticanos e até hoje comenta-se que Paulo Vecchio, foi para o vestiário sem saber que tinha marcado o gol e nem o que tinha acontecido na partida. É uma das muitas “estórias” que se conta do futebol paranaense.
Em 67 o Atlético Paranaense, fez péssima campanha e como foi o ultimo colocado foi rebaixado. Houve uma mobilização geral para o Atlético, não cair dada a sua importância dentro do futebol estadual. Coritiba e Ferroviário, se mostraram solidários, bem como outros clubes e o rubro negro da Baixada, foi mantido na 1ª Divisão. Jofre Cabral Silva, que havia sido presidente do clube e também se destacou como presidente do Clube Curitibano e fundara o Santa Monica Clube de Campo, resolveu voltar a presidência do Atlético e dar ao clube uma posição de destaque. Assim contratou vários jogadores alguns a nível de Seleção Brasileira, como os campeões mundiais Belini e Djalma Santos. Enfim fez uma verdadeira seleção com Muca (goleiro vindo do interior de São Paulo), Gil, (goleiro), Adilson (lateral direito), Charrão (zagueiro), Jair Henrique, (meia), Amauri (lateral esquerdo), Alfredo (meia e zagueiro), estes da casa e mais Belini (zagueiro do Vasco da Gama, São Paulo e Seleção Brasileira, campeão mundial de 58, no primeiro titulo brasileiro, como capitão e de 62, na reserva de Mauro, que tinha sido seu reserva em 58), Djalma Santos (Portuguesa de Desportos, Palmeiras e Seleção Brasileira, bi campeão mundial 58 e 62), Gilberto (lateral esquerdo), Paulista (meia esquerda), Dorval (ponteiro direito do famoso ataque do Santos, Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe - certamente o mais conhecido dos ataques santistas e do futebol brasileiro de todos os tempos), Milton Dias (centro avante vindo de São Paulo), Zé Roberto (procedente de São Paulo, que depois jogou no Coritiba, tornando-se um dos mais comentados jogadores de todos os tempos em nosso Estado), Nilson Borges (excelente ponteiro esquerdo procedente de Portuguesa de Desportos e Corinthians Paulista e que até hoje é funcionário do Atlético Paranaense), (Zezinho, com passagens por várias clubes e que havia atuado na Argentina), Pardal (lateral direito, procedente das equipes de base do Santos, irmão de Cláudio Marques, que jogou no Atlético, Coritiba e Corinthians), Del Vecchio (centro avante que atuou por Santos e São Paulo), Sidnei (meia, vindo do Corinthians), Fábio e Luiz Carlos. Não me lembro bem destes dois últimos, Luiz Carlos, era um grandão, zagueiro, vindo do Rio de Janeiro. Todos davam o Atlético, como campeão, mas quem fez a festa foi o Coritiba, de Lucas.
Inclusive neste ano Jofre Cabral e Silva, que fizera a revolução no Atlético Paranaense, quando acompanhava um jogo frente ao Paraná Esporte Clube, ex São Paulo, de Londrina, no Estádio Vitorino Gonçalves Dias, em 02 de junho, faleceu vitimado por um ataque cardíaco fulminante. O infausto acontecimento enlutou o futebol paranaense.
No ano seguinte 69, o Coritiba, chegava ao bi campeonato e Lucas, outra vez se destacava na equipe que contava com Joel, Célio, (goleiros) Modesto, (zagueiro vindo do Santos), Nico (zagueiro,Trieste, Água Verde e Coritiba), Roderley,(centro médio procedente do Grêmio Esportivo Maringá), Nilo (lateral esquerdo procedente do Rio Grande do Sul), Berto (zagueiro do Londrina), Paulo Vechio (ex Internacional de Porto Alegre, São Paulo, Londrina, Ferroviário e Metropol de Criciúma), Lucas (ex Rio Branco, de Paranaguá), Passarinho (ponteiro direito vindo do Apucarana), Oldack (de Minas Gerais), Krueger (Britania e Coritiba, um dos mais destacados jogadores da história do Coritiba, o Flexa Loira, atacante e que até hoje trabalha no clube), Kosilek (vindo do Jandaia), Rinaldo (futebol de Pernambuco, Palmeiras, Seleção Brasileira - ponteiro esquerdo e que no Coritiba, tornou-se meia esquerda), Edson (ponteiro esquerdo), Servilio (centro avante vindo do Jandaia junto com Kosilek e Antoninho Português (zagueiro), Oromar (vindo com Lucas do Rio Branco), Hugo (meia procedente do Londrina), Rossi (ex Atlético Mineiro e Santos), Ademar Pantera (ex Palmeiras e Flamengo), Carlos Alberto, Reis (lateral ex Paranavaí) e Marinho Bochinek (lateral direito, do futebol amador de Curitiba). Neste ano o Ferroviário, foi vice campeão.
Em 1.970, Lucas, atuou novamente pelo Coritiba e ficou como vice campeão ao lado de Célio (goleiro ex Britania), Hermes (vindo do Santos), Nico, Oberdan (procedente do time juvenil e que depois atuou no Santos), Nilo, Hidalgo (nascido no Juventus, com passagem pelo XV de Piracicaba), Bidon (meia vindo do Guarani de Campos e que depois foi para o México), Passarinho, Leocádio Cônsul (ex Operário de Ponta Grossa, Botafogo de Ribeirão Preto, Corinthians Paulista, Apucarana e outras equipes, um verdadeiro craque), Kruger, Reinaldinho(do Fluminense do Rio de Janeiro, e que aqui se radicou tornando-se funcionário do Bamerindus, onde jogou no time do banco comandado pelo ex deputado federal Basílio Vilani, inclusive o Reinadinho, é funcionário do HSBC, até hoje), Rinaldo, Piloto (zagueiro vindo de Criciúma, Santa Catarina), Paulo Vechio, Silvio (centro avante da Portuguesa de Desportos), Cláudio Marques, Dirceu Werneck, Marcos (ponteiro direito, procedente do Rio de Janeiro), Lucas e Joaquinzinho (meia do Juventus e do XV de Piracicaba).
O Atlético Paranaense, chegou ao titulo de forma surpreendente, já que seu time apresentava limitações. A grande estrela era Barcimio Sicupira. Foram campeões pelo Atlético Paranaense, Wanderley (goleiro), Djalma Santos, Zico (zagueiro vindo de São Paulo), Alfredo Gotardi, Julio (lateral esquerdo de São Paulo), Miltinho (de Florianópolis, Santa Catarina), Ferrrinho, Toninho, Reinaldo, Dorval, Sicupira, Zezé, Nelsinho (São Paulo), Nilson Borges, Valdomiro, Benicio, Zé Augusto (goleiros), Amauri, Zé Leite, Liminha, Cláudio, Nair, Naio, Darci, Moreira, Serginho, Juarez, Nilo, Gildo, Lourival (meia vindo do São Paulo) e Charrão.
Em 71 quando surgiu o Colorado, diante a fusão Ferroviário, Palestra Itália e Britania, o homenageado de hoje José Lucas da Silva, o Lucas, permanecia no Coritiba. O “Coxa” voltou a ganhar o titulo com Célio, Hermes, Pescuma (zagueiro vindo do União Bandeirante), Piloto, Nilo, Renatinho (ex Atlético e Ferroviário - meia), Hidalgo,(Capitão Hidalgo, hoje comentarista esportivo), Passarinho, Leocádio, Sérgio Roberto (ponta direita do Rio de Janeiro), Zé Roberto (O Gazela ex São Paulo e Atlético Paranaense, uma das estrelas da equipe), Rinaldo, Carvalho (goleiro vindo do Jandaia, que radicou em Curitiba e se aposentou com bancário), Marinho, Cláudio Marques (ex Atlético), Levir Culpi (atuou no México, no Colorado, no Rio Grande do Sul, em Caxias do Sul, hoje técnico de futebol, trabalhando atualmente no Japão), Paulo Vecchio, Hélio Pires, Kruger, Nico, Lucas, Bidon, Werneck, (meia vindo do Santos), Marcos, Rogério (goleiro), Berto, Iran, Pardal (ex Atlético), Eloir (que depois jogou no México) e Dirceu Guimarães, que jogou em equipes do Rio de Janeiro e fora do Brasil e destaque na Seleção Brasileira.
Lucas, em 72, estimulado pelo Luiz Antoniassi, o Luizinho, foi jogar no Pinheiros, ao lado de Amauri (goleiro), Tadeu (lateral direito que havia atuado no Ferroviário), Moacir, Nininho, Jairo, Edu, Orlando, (ex Coritiba), Madureira (ex Ferroviário), Nei (ex Ferroviário), Taco, Odair, Xisté, Wiliam, Deda, Zé Roberto, Oliveira, Kosilek, Iran, Zezinho, o craque Alex e Russinho, que retorna às origens. Depois disto Lucas, passou a jogar em equipes amadoras e a cuidar de suas atividades como funcionário público do Estado.
O relato em torno do José Lucas da Silva, o Luquinhas, grande craque de nosso futebol durante anos é porque faleceu nesta terça feira (06) aos 68 anos, vitima de atropelamento por um ônibus Expresso. Recebi a noticia no começo da noite por parte do professor Odivonsir Frega, que encontrei na Sociedade Internacional Água Verde. O corpo havia sido cremado à tarde.
O futebol do Paraná, está de luto com o falecimento de um dos destacados craques do passado.
José Domingos Borges Teixeira

Padreco

Hildebrando Magno Rebello Filho encaminhou comentários em duas matérias, um em Clube Atlético Ferroviário - Boca Negra Faria Aniversário, apresentada em janeiro e outro num dos muitos textos sobre churrascarias e em suas citações me abriu oportunidade para relembrar um destacado atacante do futebol paranaense, que tive oportunidade em acompanhar no futebol profissional e também no futebol amador de Curitiba, o disciplinado e bom companheiro Osvaldo, o popular Padreco e de uma boa churrascaria localizada na Rua Desembargador Westphalen, esquina com a Rua Visconde de Guarapuava. Tal churrascaria era a Espeto de Ouro, que foi local de um incêndio. O nome é de uma churrascaria localizada em Santa Felicidade, mas não sei se tem alguma ligação com a velha Espeto de Ouro.
Sobre Padreco, lembro de tê-lo visto jogando nos idos de 64 pelo Paranavaí, onde se destacou marcando muitos gols, especialmente nas cobranças de faltas, sua especialidade. Destacando-se na equipe do interior chamada naqueles tempos de “vermelhinho do fim da linha”, foi contratado pelo Coritiba, aonde chegou em 65.
Naquele ano o Ferroviário foi o campeão estadual, ficando o Coritiba, como vice. Jogavam pelo Coritiba Erol e Bira, goleiros, Reis, também vindo do Paranavaí, junto com Padreco, Nico, Neno, Roberto, Pepê, Orlando, Serelepe, Tucá, Américo, Alfredo, Almirzinho, Gilberto, Tião, Padreco, Moreira, Gauchinho, Bequinha, Aleixo e Wanderlei.
Em 66 Padreco foi para o Ferroviário, onde sagrou-se campeão ao lado de Paulista, Luiz Fernando (goleiros), Antenor, Fernando Knaip, Caçula, Celso Marques, Martins, Índio, Mário Madureira, Paulo Vecchio, Jaime, Humberto, Getúlio, Pinheiro, Ariel, Albino e Sidney.
Em 67 disputou o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, pelo Ferroviário, tendo como companheiros Paulista, Luis Fernando, Luiz Kavalis, Fernando Knaip, Pinheiro, Celso Marques, Renatinho, Juarez, Pedro Alves, Paulo Vecchio, Humberto, Brando, Getúlio, Antenor, Caçula, Ferreirinha, Ceconni, Martins, Índio, Ariel, Sidnei, Jaime, Mário, Nilzo e Gijo. O Ferroviário estreou frente ao Bangu, campeão carioca, empatando em um a um. Neste certame o representante paranaense não venceu nenhuma partida. Nem por isto deixei de torcer pelo Ferroviário, o que o fiz até o seu ultimo dia.
Aliás, me mostrei contrário à fusão e entendo que o Ferroviário, poderia existir até hoje, caso apenas fossem agregados os patrimônios de Britania e Palestra Itália, mantendo-se a denominação de Clube Atlético Ferroviário, um clube de grande apelo popular, com uma torcida vibrante e participativa, ao contrário de Palestra Itália e Britania, meros coadjuvantes dos campeonatos que disputavam.
Ainda em 67, Padreco, transferiu-se para o Água Verde, que montava uma equipe forte visando a conquista do título estadual, o que acabou conseguindo, contando com os goleiros Heitor e Pedro Bueno (Pedrinho), na equipe Zé Carlos, Titure, Silvio, Zeola, Fonti, Pedrinho, Tetéu, Natal, Jairton, Silvano, Juquinha, Carlinhos, Russinho, Zezinho, Amilcar, Japonês e Nilson Peres. Em 68, Padreco permaneceu no clube da Vila Guaira, atuando com Ronaldo, Zé Carlos, Silvio, Sebastião, Zezinho, Tetéu, Pedrinho, Amilcar, Armando, Padreco, Juquinha, Jairton, Flórido, Natal, Titure, Ademir, Tucá, Miranda, Alberto, Alex, Neves, Fonti e Lori.
Do Água Verde foi para o Operário Ferroviário, de Ponta Grossa, em 69, jogando ao lado de Barbosinha, Odinar, Nilo Gomes, Jamil, Mota, Rubens Henrique, Tucho, Nilson Peres, Zé Carlos, Machado. Kide, Jair Henrique, Nire, Casquinha, Jorge, Gabriel, Rosaldo, Nelsinho, Fefeu, Tião Kelé, Wagner e Duda.
Na seqüência Padreco voltou à Curitiba, para atuar em equipes do futebol amador. Conseguiu destaque no Iguaçu, de Santa Felicidade, onde em 73, foi campeão da 1ª Divisão de Amadores com Romeu e Drisel (goleiros), Fernando, Ernani, Tide, Leônidas, Altair, Elizeu, Galeto, Anjinho, Nilson Perez, Lara, Vermelho, Nico, César e Dejair.
No mesmo ano foi também campeão da Taça Paraná pelo mesmo Iguaçu, tendo como companheiros Romeu, Fernandinho, Valdo, Ronald, Altair, Anjinho, Algacir, Nilson, Peres, Padreco, Lara, Vermelho, Eliseu, Davi Belo, Clodô e Leônidas. Ainda atuou em outras equipes da suburbana e depois em grupos de disputas amistosas. Eis um pouco da carreira do Padreco, lembrado pelo Hildebrando Magno.
Com relação à churrascaria, ele declara ter encontrado lá em determinada ocasião o eterno presidente do Coritiba, Evangelino Costa Neves, e confirmo ser a Churrascaria Espeto de Ouro. Agradeço a participação do companheiro e espero outras.
José Domingos Borges Teixeira

Entrevista com Teteu


Matheus Boaventura dos Remédios, ou simplesmente Teteu, como era chamado pelos seus companheiros de futebol, teve uma carreira brilhante, chegando mesmo a conquistar o título de campeão paranaense pelo Água Verde no ano de 1967. Ele conta sua história ao colaborador Mussum, da seguinte maneira:
"Com apenas oito anos fui lançado pelo treinador Barros na equipe infantil do Atlas (bairro Seminário). Em 1954, com 15, meu irmão Aristeu me levou para jogar no 2.º quadro do Beca (Bloco Esportivo Capão da Amora) da 3.ª divisão. Ganhei a confiança da comissão técnica do Beca e passei para o primeiro quadro, formando ao lado do Aristeu a dupla ofensiva daquele clube. Isso aconteceu no ano de 1956, quando fomos campeões da série Azul. Ainda naquele ano, defendi o Bantiba, campeão bancário de futebol. Em 1958 ganhamos novamente o título da série Azul e vice no super campeonato após decisão com o famoso Bangu. O tricampeonato da série veio a seguir, mesmo ano em que ingressei no time de profissionais do Clube Atlético Ferroviário, onde joguei ao lado de feras como Fernando Knaip, Juarez Zauer, Mário Savi, Laude e outros. Chorei muito a perda do título para o Coritiba em 1962, no Estádio Belfort Duarte (1x0). Voltei a pé para casa naquele dia.
Em 1964 Nivaldo Gouveia, então técnico do Palestra Itália, me levou para defender o time esmeraldino. Também defendi a seleção paranaense de futebol bancário naquele ano. O técnico Waldomiro Perine me levou para o Água Verde no ano de 1965, onde a glória máxima foi alcançada dois anos depois, já sob o comando do técnico Geraldo Damasceno. Ganhamos a decisão com o famoso Grêmio de Maringá. Um título inesquecível, primeiro na história daquele clube.
Desisti do profissionalismo, revertendo para a categoria da amador em 1973, para defender o Santa Quitéria, do inesquecível José Leite. Obtivemos o vice-campeonato. Em 1974 explodiu o grito de felicidade para a torcida do bairro Santa Quitéria. Ganhamos a decisão com o Trieste FC. No Peladão Tribuna do Paraná fui campeão com o time dos Impossíveis. Em 75 decidimos novamente o título com o Trieste, mas dessa feita fomos derrotados na final. Pelos Impossíveis fui tricampeão do Peladão Tribuna em 1976. Joguei no time de veteranos do Bangu, levantando o bicampeonato nos anos de 1978 e 1979. Torneio organizado pelo Leônidas Dias. Ainda pelo Santa Quitéria, comando do técnico Tito, ganhamos o campeonato de 1982 contra o Capão Raso. Partida final no Durival Britto.
Para minha satisfação, fiz minha estréia no famoso time do Butantan do Leônidas Dias, onde fiz amigos e estou lá até hoje. Aos 48 anos de idade, dei por encerrada minha carreira no futebol amador da Suburbana, após ganhar o título de 1987 em cima do Capão Raso. Fato curioso: em 1966 o jogador Russinho, com forte dor de cabeça, pediu um Sonrisal para o massagista Orlandinho. Não tinha água e ele teve que tomar o comprimido em seco. Parecia um cachorro louco espumando. Mesmo assim foi o melhor jogador em campo. Pelos meus cálculos, conquistei em minha longa carreira nada menos do que 14 títulos. O mais emocionante aconteceu em 1967, pelo Água Verde."
Nome completo: Matheus Boaventura dos Remédios. Apelido: Teteu. Nascido em Curitiba em 14 de julho de 1939 (65anos). Posição: - meio-de-campo e ponta-de-lança.